destaques

Bruno deveria ser esquecido na cadeia e jogar apenas em quadras de cimento – por Victor Rocha


“Bruno deveria ser esquecido na cadeia e jogar apenas em quadras de cimento” – por Victor Rocha

“Um absurdo está perto de acontecer.

Um assassino condenado pela Justiça a 22 anos de prisão deve jogar futebol profissional. O goleiro Bruno, que foi sentenciado por matar e ocultar o cadáver de sua amante Eliza Samudio, foi autorizado na última quarta-feira (16) a se mudar para o presídio de Montes Claros, em Minas Gerais. Lá, o clube local tem a intenção de contratá-lo e o presidente já confirmou isso.

Actualmente, ele está em num presídio de segurança máxima em Belo Horizonte.

Pela lei, ele só poderia sair da cadeia para trabalhar a partir de 2018, que é quando o seu regime deixa de ser fechado. Até lá, nem um pé fora do xadrez. Mas parece que as coisas vão conspirar para Bruno voltar antes. A vontade da imprensa em repercuti-lo e os dirigentes do futebol mineiro vão ajudar muito. Alguma brecha em algum artigo vai ser encontrada.

O maior problema é a equipa Montes Claros querer a contratação e se orgulhar disso. O vice-presidente do clube chegou a falar em “contribuir para a recuperação da pessoa humana”. Mas contribuir é apoiar a impunidade? Quantos outros presidiários não gostariam de ter a chance de trabalhar fora da cadeia? A chance só vale para quem era famoso?

Bruno tem que pagar pelo crime que cometeu. Assim como todos os outros criminosos. Não deveríamos apoiar e fazer a impunidade crescer ainda mais. Nessa questão, o Brasil é exemplo mundial. Engraçado são alguns comentários nas páginas vinculadas às notícias do ex-goleiro, muitos internautas apoiam a volta e falam em “dar mais uma chance”. Mas pode ter certeza que a mãe de Eliza Samudio não estava entre eles. Ou acha que ela gostaria de ver o autor da morte da sua filha sendo aclamado pela torcida e actuando novamente na sua profissão?

 Somente a irracionalidade explica essa idolatria. Bruno nunca foi carismático, pelo contrário, seu estilo sempre foi “calado”. Apresentou alguns episódios de nervosismo, quando actuava por Altético-MG e Clube de Regatas do Flamengo. Viveu uma boa fase no rubro-negro, chegando a ser cotado para a Selecção Brasileira. Mas só. Depois de condenado por assassinar uma mulher, ele deveria deixar para sempre o mundo desportivo. Esqueçam o Bruno. Ele não tem mais nada a oferecer.”

Siga O Mundo dos Guarda-Redes nas redes sociais