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Guia e análise de antevisão dos guarda-redes do Europeu de 2016 – 72 nomes entre colossos

Guia e análise de antevisão dos guarda-redes do Europeu de 2016 – 72 nomes entre colossos

9 Junho, 2016
Atualidade

Guia e análise de antevisão dos guarda-redes do Europeu de 2016 – 72 nomes entre colossos

O Europeu de 2016 começa na França a dez de junho e O Mundo dos Guarda-Redes traz aos seus leitores a oportunidade de conhecer vários detalhes, considerações e detalhes exclusivos sobre os guardiões que vão procurar a glória na competição. A saber:

Grupo A

hugo lloris frança vs escocia - amigavel junho 2016 - imagem Guillaume Bigot

Albânia

Etrit Berisha (SS Lazio) – Alban Hoxha (Partizani Tirana) – Orges Shehi (Skenderbeu)

Os Albaneses apresentam-se na competição com uma das balizas mais carenciadas e de menor relação experiência-competitividade.

Etrit Berisha será o presumível titular dadas as lacunas qualitativas dos restantes guardiões e pese os vários anos sob o treino individual da Escola Italiana – e das exigências do Calcio -, continua um guarda-redes irregular e inconsistente. Poderá apresentar maiores dificuldades nos contextos de cruzamento e bola aérea e de decisão – a curtas e médias distâncias.

 

França

Hugo Lloris (Tottenham) – Steve Mandanda (Sem clube após fim de contrato com O. Marseille) – Benoît Costil (Rennes)

Na baliza do país anfitrião encontram-se os nomes fortes de Hugo Lloris e Steve Mandanda, em contraste com o decrescendo de qualidade e rendimento de Benoît Costil.

Com a braçadeira de capitão, Hugo Lloris terá a chance de se consolidar entre os guarda-redes mais evoluídos da atualidade dada a sua maior participação na distribuição e circulação de bola e inclusão nos esquemas táticos defensivos. Se em Inglaterra joga mais recuado e em menor controlo da profundidade, pela França poderá mostrar as suas qualidades nesses capítulos sem esquecer a sua espetacularidade e técnica na defesa da baliza.

 

Roménia

Ciprian Tătăruşanu (Fiorentina) – Costel Pantilimon (Sunderland AFC) – Silviu Lung Jr. (Astra)

Após uma temporada sólida na Fiorentina de Paulo Sousa, Ciprian Tătăruşanu chega ao Euro no seu maior momento de forma e poderá elevar as expetativas da Roménia caso tenha a maturidade para não se deixar ludibriar pelo ímpeto das suas intervenções – “prevenir é melhor que remediar” e terá na memória exemplos do anterior dono da baliza, Bogdan Lobont.

No banco de suplentes Costel Pantilimon será um elemento de pronta resposta – enquadrando-se nos padrões de Tătăruşanu -, e Silviu Lung Jr. será um talento para ser lapidado em campeonatos de exigência maior e com outras culturas de treino individual. Deverá ser protegido por Anghel Iordanescu para não queimar etapas no seu crescimento.

 

Suíça

Yann Sommer (Borussia Mönchengladbach) – Roman Bürki (Borussia Dortmund) – Marwin Hitz (Augsburg)

Admiradores da Escola Alemã e com a especificidade e exigência perfecionista de movimentos da Escola Suíça, os Helvéticos convocaram três guardiões a militar na Bundesliga.

Marwin Hitz – um guarda-redes defensivo e comedido, com recortes técnicos interessantes e que peca pela resposta menos positiva à exigência competitiva de eventos de maior pressão ou ritmo -, e Roman Bürki – guardião em constante evolução técnica, competitiva e tática e a desenvolver-se na ingestão de metros fora da área -, serão o escudo de Yann Sommer.

Ao guarda-redes do Gladbach cabe-lhe prosseguir o legado de Diego Benaglio e demonstra boas qualidades físicas (agilidade, elasticidade), técnicas (forte jogo de mãos e fácil execução de movimentos – desvio, varrimento ou receções), de apurada velocidade de reação. Tem como negativo o facto de ainda ter pouca experiência em ambientes competitivos de alta exigência, pese a progressão desde a sua saída do Basel há dois verões.

 

Grupo B

joe hart inglaterra vs sao marino - fase qualificaçao euro 2016 2 jornada - imagem mirror

Inglaterra

Joe Hart (Manchester City FC) – Fraser Forster (Southampton FC) – Tom Heaton (Burnley FC)

Foram longos os anos em que os Ingleses foram defendidos por guarda-redes com pouca consistência e capacidade de resposta em competições internacionais e agora podem ver em Joe Hart um guardião que finalmente encontro o seu potencial e força de rendimento sob a tutela do treino individual da Escola Espanhola no Manchester City FC.

Fraser Forster afigura-se como a melhor alternativa a Joe Hart e Tom Heaton foi a terceira opção dada a redução de qualidade dos guardiões Ingleses.

 

Rússia

Igor Akinfeev (PFC CSKA) – Yuri Lodigin (FK Zenit) – Guilherme Marinato (FK Lokomotiv)

O estatuto de Igor Akinfeev deverá assegurar-lhe a titularidade da baliza Soviética.

Repleto de lacunas técnico-táticas e em decrescendo há vários anos – no que diz respeito à capacidade de resposta em competições internacionais -, Akinfeev nunca confirmou o potencial revelado há uma década e as suas qualidades caíram também devido aos métodos rudimentares da Escola Russa.

A ausência de obra-prima no país fez com que Yuri Lodigin deixasse a seleção Grega e ingressasse na nação de Lenin após se ter formado no país Helénico. Talvez por isso seja atualmente o guarda-redes mais evoluído do país depois da intervenção específica de Wil Coort no FK Zenit nos últimos dois anos, sob André Villas-Boas.

 

Eslováquia

Matús Kozácik (Viktoria Plzen) – Jan Mucha (Slovan Bratislava) – Jan Novota (Rapid Viena)

Fortes na resposta sobre a linha, os três guarda-redes Eslovacos estão acima dos 30 anos sem serem experientes ou de decisões maturas. O mais evoluído da nação, Dusan Kuciak, não foi convocado após uma temporada atribulada entre Legia e Hull City.

Em França prevê-se a titularidade de Kozácik, que se apresenta como um guardião de reação e com debilidades no jogo de mãos e (especificamente) em momentos de tomada de decisão – encurtamento de distâncias, tempos de saída ou ataques à bola.

 

País de Gales

Wayne Hennessey (Crystal Palace) – Danny Ward (Liverpool FC) – Owain Williams (Inverness)

As opções apresentadas pelos Galeses exemplificam a pouca produtividade do treino de guarda-redes da Escola Britânica.

Wayne Hennessey é o guardião modelo de décadas de estagnação: um shot-stopper (resvalador (e não defensor) de remates) e kick-and-rusher (pontapeia para a frente sem direção específica ou produtividade). Capaz em momentos de reação em desvios e na força do pontapé, torna notória a sua incapacidade na saída da baliza – é lento e erra várias vezes o timing e técnica de abordagem.

 

Grupo C

manuel neuer alemanha vs frança - amigavel novembro 2015 - imagem Franck Fife AFP Photo

Alemanha

Manuel Neuer ( FC Bayern) – Marc-André Ter Stegen (FC Barcelona) – Bernd Leno (Bayer 04 Leverkusen)

Centro das atenções no Mundial conquistado no Brasil em 2014 pelos Germânicos, Manuel Neuer atrairá ainda maior curiosidade para os analistas táticos após desempenhar um papel mais defensivo ao serviço do FC Bayern, onde esta temporada foi menos exigido no controlo da profundidade e mais nas ações de defesa da baliza.

 

Irlanda do Norte

Roy Carroll (Notts County) – Alan Mannus (Saint Johnstone) – Michael McGovern (Hamilton)

Tal como a baliza de País de Gales, a Norte-Irlandesa apresenta pouca qualidade no setor principal e decisivo da equipa.

Com três guarda-redes com mais de 30 anos, só Roy Carroll demonstra alguma experiência, não deixando de ser um guardião mediano no pico das suas capacidades e já não apresenta o preparo que tento evidenciar ao serviço de Manchester United FC ou Derby County.

Michael McGovern segue a linha de Roy Carroll como um guarda-redes sem força competitiva para as exigências desta competição e os anos na sombra de Artur Boruc no Celtic FC ressentem-se nos seus 31 anos.

 

Polónia

Artur Boruc (AFC Bournemouth) – Lukasz Fabianski (Swansea City AFC) – Wojciech Szczesny (Arsenal FC, após empréstimo à AS Roma)

Longe vai o alto padrão exibicional de Artur Boruc no Euro’2008 e a qualidade da Escola Polaca de treino de guarda-redes. A emigração desta tripla em idades jovens é indicadora disso mesmo.

Mais evoluído entre os postes, Szczesny destaca-se dos restantes guardiões Polacos pela sua habilidade na defesa da baliza e na compleição e qualidade física. No entanto, Adam Nawalka poderá optar por Fabianski para ganhar metros na defesa do espaço defensivo e ganhar qualidade na saída de bola e na iniciação do contra-ataque.

 

Ucrânia

Andriy Pyatov (Shakhtar Donetsk) – Denys Boyko (Besiktas) – Mykyta Shevchenko (Zorya)

Pyatov e Boyko chegam ao Euro’2016 como guarda-redes intranquilos e instáveis na resposta a momentos mais exigentes do jogo e poderão passar dificuldades na competição.

Devido à pouca experiência e fraco ritmo competitivo de Boyko, Pyatov deverá ser o titular dos Ucranianos e poderá dar a conhecer as suas limitações no posicionamento e técnica de jogo de mãos perante a sagacidade dos adversários – algo já demonstrado na Champions e Europa League esta temporada -, em contraste com a sua capacidade de reposição da bola em jogo a médias e longas distâncias.

Como terceira opção Mykyta Shevchenko deve ser protegido caso seja chamado à ação. É um guarda-redes que merece a atenção de um clube inserido num maior ambiente competitivo para potenciar as suas qualidades noutro tipo de treino individual de baliza.

 

Grupo D

petr cech republica checa vs estados unidos - amigavel 2015-2016

Croácia

Danijel Subasic (AS Monaco) – Lovren Kalinic (Hajduk) – Ivan Vargic (Rijeka)

Nomes como Vedran Runje, Tomislav Butina ou Stipe Pletikosa mostraram na baliza Croata a ausência de faicilidade no jogo com os pés e também na defesa da baliza ou no jogo de mãos. Cabe a Danijel Subasic mudar a história.

Já moldado nos princípios da Escola Francesa, o guarda-redes que representa o AS Monaco terá o seu primeiro grande desafio internacional neste Europeu e será interessante reparar se seguirá a linha de mediocridade dos guardiões anteriores ou se dará resposta às exigências, controlando e doseando a sua intuição e saídas da baliza – plano do jogo em que demonstra as suas maiores debilidades.

 

República Checa

Petr Cech (Arsenal FC) – Tomás Vaclík (Basel) – Tomás Koubek (Slovan Liberec)

O sonante Petr Cech é um dos guarda-redes mais consagrados da competição por tudo já conquistado em termos clubísticos. Mas no plano internacional surge à memória as performances claudicantes do Euro’2008 depois de ter sido destaque quatro anos antes em Portugal.

Sem concorrência desde as ausências de Jaromir Blazek e Jaroslav Drobny, o guardião do Arsenal FC precisaria de um nome forte para o secundar nas opções e afigura-se que Tomás Vaclík nunca fará concorrência ao mais internacional de sempre da República Checa.

 

Espanha

Iker Casillas (FC Porto) – David De Gea (Manchester United FC) – Sergio Rico (Sevilla FC)

Iker Casillas ou David De Gea? É a pergunta que se impõe quando se olha para a seleção Espanhola e só Vicente Del Bosque tem a resposta para ela.

O legado do guarda-redes do FC porto poderá ser continuado depois de ter sido o defensor da baliza mais utilizado na fase de qualificação mas a preparação adquirida por De Gea em Inglaterra e a perspetiva de futuro deste poderão pesar na decisão do selecionador.

 

Turquia

Volkan Babacan (Istanbul Basaksehir) – Onur Kivrak (Trabzonspor) – Harun Tekin (Bursaspor)

A colisão entre Volkan Demirel e os adeptos Turcos e o rendimento menos positivo de Tolga Zengin entregaram a baliza a Volkan Babacan, seguido por Onur Kivrak e Harun Tekin – dois guarda-redes de técnicas interessantes e com potencial, caso sejam inseridos noutra cultura de treino individual.

Voltando ao titular. Volkan Babacan é um guardião sem margem de progressão e prontifica-se como uma solução e que poderá ser substituído uma vez que Onur Kivrak ultrapasse os problemas físicos das duas últimas temporadas. Tem pouca perspicácia fora da linha de golo e é um guarda-redes de reação sem predicados no posicionamento ou no que toca a bases técnicas (essenciais a médio e longo prazo).

 

Grupo E

Bélgica

Thibaut Courtois (Chelsea FC) – Simon Mignolet (Liverpool FC) – Jean-François Gillet (Mechelen)

Thibaut Courtois será o dono da baliza da Bélgica pela segunda competição internacional consecutiva e estima-se um crescendo de rendimento após um Mundial’2014 positivo e duas edições da Premier League bastante sólidas.

Capaz de responder em todos os contextos de jogo, o guarda-redes do Chelsea FC terá uma grande oportunidade de se afirmar como um dos grandes nomes da atualidade e ambicionar voos como os de Jean-Marie Pfaff ou Michel Preud’Homme.

 

Itália

Gianluigi Buffon (Juventus FC) – Federico Marchetti (SS Lazio) – Salvatore Sirigu (Paris Saint-Germain)

Gianluigi Buffon agarrou a baliza da Squadra Azzurra no Euro’2004 e na defesa das redes Transalpinas já ganhou um Mundial (2006).

Com a classe reconhecida mundialmente, o guarda-redes de 38 anos será um dos jogadores mais interessantes de perceber e analisar ao longo do Europeu numa fase de conclusão de uma temporada ao mais alto nível onde apresentou os mecanismos defensivos próprios da experiência adquirida e de algumas especificidades físicas. No Calcio tornou-se o detentor do recorde de imbatibilidade após dezasseis horas consecutivas sem sofrer golos.

 

República da Irlanda

Darren Randolph (West Ham UFC) – Shay Given (Stoke City FC) – Keiren Westwood (Sheffield Wednesday)

Shay Given deverá passar o testemunho a Darren Randolph que é, à partida, o guarda-redes mais competente da tripla Irlandesa.

Depois de vários anos nas divisões secundárias de Inglaterra, Darren Randolph foi uma boa alternativa na baliza do West Ham na Premier League e elevou os padrões do seu jogo com velocidade e qualidade na defesa da baliza e na distribuição de bola com os pés – em curtas e longas distâncias.

 

Suécia

Andreas Isaksson (Kasimpasa) – Robin Olsen (Copenhaga) – Patrik Carlgren (AIK)

Andreas Isaksson vai nas 34 primaveras sem mostrar o potencial revelado no Rennes há cerca de uma década e na Suécia não surge um nome que importune o seu legado.

Enquanto Robin Olsen se mostrava perto de assumir essa responsabilidade tomou a decisão errada ao assinar pelo PAOK no verão de 2015 e os seis meses por empréstimo no Copenhaga não bastaram para recuperar as qualidades demonstradas no Malmo. Como terceira opção, Patrik Carlgren ainda está fresco da conquista do Euro sub-21 frente a Portugal frente ao ano passado e a baliza pode ser uma dor de cabeça para os Escandinavos.

 

Grupo F

ramazan ozcan austria vs turquia - amigavel março 2016 - imagem gepa (3)

Áustria

Robert Almer (Austria Viena) – Heinz Lindner (Eintracht Frankfurt) – Ramazan Özcan (Ingolstadt)

Influenciados pela Escola Alemã de treino de guarda-redes – só Almer “fugiu” para o Austria Viena após quatro anos na Bundesliga I e II -, este setor do terreno de jogo é uma das maiores lacunas dos adversários de Portugal.

À imagem do que sucede no clube, Heinz Lindner está na sombra e cabe a Özcan e Almer disputarem a titularidade. Idênticos nas prestações e rendimento, os dois guarda-redes já com três décadas celebradas mostram-se com técnicas de base deficitárias, pouca tranquilidade nas abordagens a remates e cruzamentos e pouca disponibilidade e qualidade na distribuição, circulação e receção da bola com os pés.

 

Hungria

Gábor Király (Haladas) – Péter Gulácsi (RB Leipzig) – Dénes Dibusz (Ferencvaros)

Gabor Kiraly carrega consigo a imagem do guarda-redes que defende com calças de pijama e assim obteve protagonismo que fazem dele um mito das balizas.

Contudo, o guarda-redes não vive da imagem e Kiraly apresenta-se a titular no Euro aos 40 anos devido à pouca qualidade dos guardiões Húngaros. Sendo forte no encurtamento de distâncias (sem ser intuitivo no um-para-um), poderá valer-se da leitura tática para evitar dissabores que nunca fizeram dele um nome forte – quer na Bundesliga, quer na Premier League.

 

Islândia

Hannes Halldórsson (Bodo Glimt) – Ögmundur Kristinsson (Hammarby) – Ingvar Jónsson (Sandefjord)

Halldórsson mostrou que consegue render com poucos recursos técnicos e o apuramento inédito dos Islandeses deve-se em parte à sua intervenção em vários jogos na qualificação.

Do alto dos seus 193cm observam-se grandes debilidades no jogo de mãos e poucos princípios básicos devido à ausência de formação (exemplo: dispõe-se a defender com os pés à frente). Sendo veloz a sair dos postes, ganha vantagem em situações de receção, rotação e remate contra o adversário em um-para-um ou curtas distâncias.

 

Portugal

Rui Patrício (Sporting CP) – Eduardo Carvalho (GN Dínamo Zagreb) – Anthony Lopes (Olympique Lyonnais)

Na baliza dos 3 de 11 milhões, Rui Patrício será o titular com as soluções Eduardo Carvalho e Anthony Lopes em segundo e terceiro plano, respetivamente.

À partida para a competição o guarda-redes do Sporting CP procura encerrar uma temporada muito positiva nesta sua fase de maturação. Forte entre os postes, Rui Patrício tem demonstrado uma atitude mais consciente na saída a cruzamentos e bolas áreas e no jogo com os pés. O seu maior equilíbrio mental e racional poderá fazer-se notar.