Para começar, importa referir que o futebol de praia em Portugal tem vindo – finalmente – a implementar-se devido à criação e consecutiva melhoria dos Campeonatos Nacionais aliado ao facto de sermos, atualmente, campeões do mundo mas também por termos um largo historial na modalidade devido às condições físicas que as nossas praias apresentam para a prática da modalidade.
O guarda-redes nesta modalidade ganha ainda maior importância devido à preponderância que desempenha no processo ofensivo da equipa, seja na reposição com lançamento ou a jogar com os pés – ficará para uma próxima crónica. A nossa posição tem-se vindo a modificar em larga escala, devido essencialmente a dois processos: a evolução tática que o desporto tem vindo a sofrer com a utilização muito mais regular de um sistema de 5×4 com guarda-redes avançado – muito usado pelos dois finalistas do último mundial, Portugal e Taiti – mas também pelo aumento da capacidade defensiva das equipas face ao jogo baseado no lançamento do guarda-redes, com um jogo centrado no pivô e na profundidade dos jogadores que jogam nas alas.
Como primeira publicação, surge a necessidade de referir aqueles que, ao longo dos últimos 15 anos, marcaram – ou melhor, defenderam – as redes nacionais. E penso que não serei injusto de referir apenas três nomes: José Miguel Mateus, Paulo Graça e João Carlos Delgado. Quantos de nós não vibraram com a garra e reflexos do José Miguel no início do milénio? Com o fantástico remate do Paulo Graça e os seus incríveis voos? E com o posicionamento irrepreensível e os lançamentos milimétricos que tantos golos facilitaram do João Carlos? São três nomes que se destacaram, em especial pela nossa seleção. Mas, associado a estes nomes surge um problema: a sucessão! Neste momento, e com o crescimento exponencial da modalidade, surge a necessidade do surgimento de alguém com características semelhantes aos três a que me referi. E, não fosse o roubo que o futebol de onze efetuou, e teríamos Nuno Hidalgo como um nome em afirmação… Veremos o que o futuro reserva nas balizas dos areais portugueses!
Para primeira crónica, ficamos por aqui.
Em breve, escreverei de novo sobre o treino de um guarda-redes de futebol de praia e as diferenças com o futebol de onze.
Francisco Ferreira
– Futebol de Praia
2013: CCD Porto Mendo (Futebol de Praia)
2014: CD Nacional
2015: CD Nacional
2016: CD Nacional