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Entrevista a Juan Carlos Arévalo, treinador de guarda-redes do FC Porto

A escola do treino de guarda-redes chegou neste defeso a Portugal para o FC Porto com o anúncio do novo treinador dos Dragões, e ex-treinador específico e guarda-redes, Julen Lopetegui, que trouxe consigo Juan Carlos Arévalo.


Ex-guarda-redes de Getafe, Carabanchel, Atlético de Madrid e Albacete, notabilizou-se quando deixou a linha de golo para se colocar mais adiante e treinar os guardiões do Getafe de 2001 a 2010.


No início da década foi trabalhar com Julen Lopetegui para a selecção Espanhola de sub-19, num caminho percorrido lado a lado com o ex-guarda-redes de Barcelona ou Rayo Vallecano até aos dias de hoje, no FC Porto, onde trabalha com Fabiano Freitas, Ricardo Nunes, Helton, Andrés Fernández e Kadú.


Roberto Rivelino, d’O Mundo dos Guarda-Redes, entrevistou o Espanhol de 52 anos, encarregado pela estabilidade na baliza dos Dragões:

Roberto Rivelino: De todos os guarda-redes que já treinou, qual foi o que mais o impressionou? Porquê?

Juan Carlos Arévalo: Em Espanha treinei 10 anos na primeira divisão com o CF Getafe e, de cada guarda-redes que treinei – que foram muitos -, ensinaram-me muitas coisas, mas posso mencionar-te um guarda-redes que me impactou. Foi Pato Abbondanzieri. Guarda-redes que sem ser espectacular, tinha um dom de comando e uma personalidade muito grande, era líder dentro e fora de campo, tinha um jogo de pés impressionante. Para mim foi o guarda-redes mais me impactou e, para mais, foi Zamora (guarda-redes menos goleado) na liga em Espanha.
RR: Para si quais são as condições que fazem de um guarda-redes um portero de topo?
JCA: Na minha opinião, para ser jogador ou guarda-redes de topo, tens que ter personalidade e dominar todas as facetas que se requer na baliza.
Treino com Andrés Fernández e Ricardo Nunes – VÍDEO
RR: Quais são as vantagens de ser um treinador que já foi guarda-redes? E desvantagens?
JCA: Na minha opinião, para ser treinador de guarda-redes, é muito importante ter vivido a experiência de ser guarda-redes, para saber o que se sente em campo. Assim podemos ajudar o nosso guarda-redes. Para ser treinador de guarda-redes tens que ter sido guarda-redes, para saber os momentos maus e bons que se passam nos terrenos de jogo do guarda-redes. Para mim são todas vantagens ter sido guarda-redes para ajudar o nosso guarda-redes.
RR: Que expectativas deposita no guarda-redes titular do Porto em 2014/2015? O que é que espera que ele faça em campo?
JCA: As expectativas são de sacar o máximo rendimento a todos os guarda-redes que estão no plantel do Porto, e o guarda-redes que comece a defender a baliza que faça o que o mister Julen Lopetegui quer. Tenho cinco guarda-redes, Helton, contudo a recuperar-se da sua lesão – ainda não treinamos -, mas, transporta veterania; Kadú, jovem, tem que esperar o seu momento e jogará na equipa B; Fabiano, Ricardo e Andrés são três guarda-redes que estão a trabalhar ao máximo nível para defender a baliza do Porto.
RR: O que é que pretende melhorar no jogo de Fabiano Freitas? E no de Ricardo?
JCA: Fabiano, Andrés e Ricardo são três guarda-redes com muito boas condições e estão a trabalhar para melhorar dia-a-dia, e se têm que se ir adaptando a nossa forma de jogo.
Estamos a fazer muito finca-pé no jogo com o pé, início do jogo, continuidade e precisão no passe, sem esquecer as demais acções do guarda-redes.
RR: Do que pôde analisar da pré-temporada de Kadú, que futuro augura ao jovem guarda-redes?
JCA: Kadú é um guarda-redes jovem, com muitas ganas de aprender, tem que ter mais tranquilidade, e a partir daqui, começará a crescer como guarda-redes. Jogará na equipa B, para seguir crescendo.
RR: Pretende incutir alguma metodologia no treino dos guarda-redes, abrangente a todos os escalões da formação do FC Porto?
JCA: Ninguém do clube me disse nada sobre este tema, em princípio venho para trabalhar com o plantel principal, mas sou uma pessoa que gosta de ver jovens e ver a sua evolução. Se o clube me pede que deite uma mão, aqui estarei eu para ajudar os responsáveis do Futebol base.
“Festival no treino” – IN O JOGO
RR: Está a trabalhar com guarda-redes de escolas diferentes. Que vantagens encontra nesta diversidade? E desvantagens?
JCA: As vantagens são que os guarda-redes começar a ter muita informação e saem mais preparados, na minha opinião, são todas vantagens positivas, para os guarda-redes. Antes, quando jogávamos, não tínhamos ninguém que nos treinasse e era muito diferente. Agora, a figura do treinador de guarda-redes começa a ser importante.
RR: Teve de se adaptar à cultura futebolísticas dos guarda-redes que encontrou no FC Porto?
JCA: Foi muito fácil. Tanto Fabiano como Ricardo ajudaram-me muito, e facilitaram a adaptação.
RR: O que é que Andrés Fernández acrescenta ao estilo de jogo que o FC Porto vai apresentar?
JCA: Quando comecei tinha dois guarda-redes de alto nível, agora tenho três guarda-redes top, e os três podem defender a baliza do Porto.
RR: Em que aspectos Andrés Fernández é melhor que os outros guarda-redes do FC Porto?
JCA: Permite-me que te diga, aqui não há ninguém superior nem inferior. São três guarda-redes que estão no plantel do Porto, e cada um transportará o seu pedaço de área.
RR: Que opinião tem sobre o trabalho desenvolvido pelos treinadores de guarda-redes de Portugal?
JCA: Em Portugal há guarda-redes muito bons, e o nível é muito bom, isso quer dizer que há profissionais muito bons em Portugal.
RR: Quem são as suas referências no treino de guarda-redes?
JCA: Tenho três referências. Luis Llopis, José Sambade e Miguel España. Três grandes profissionais que estão a fazer muito pela figura do treinador de guarda-redes em Espanha.
Mensagem para O Mundo dos Guarda-Redes:
É importante que haja gente que esteja a ajuda no mundo dos guarda-redes e tu está a fazê-lo. Gracias.