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Entrevista a Patrick Costinha, guarda-redes do Amarante

Entrevista a Patrick Costinha, guarda-redes do Amarante
24 Novembro, 2014 | por Roberto Rivelino
Entrevistas

Na baliza do Amarante, aos 20 anos, está um valor emergente das balizas Portuguesas. Patrick Zeferino Costinha, o entrevistado de hoje em O Mundo dos Guarda-Redes.

Já com experiência internacional ao serviço do Grasshopper, onde foi treinado pelo reconhecido Patrick Foletti, Patrick Costinha entrou em Portugal pelo Sado, para representar o Vitória FC, onde, ainda júnior, integrou o plantel sénior.

Esteve no Sporting a pedido de Ricardo Sá Pinto e partiu para o Norte no início da temporada passada para concorrer com um dos guardiões mais experientes do segundo plano do Futebol Português, Celso. Dividiu a baliza com o veterano e ganhou a titularidade com várias balizas virgens no Campeonato Nacional de Seniores, mas, a Roberto Rivelino assumiu querer “dar o salto esta época.”

Patrick Costinha no Vitória FC

Roberto Rivelino: Após uma temporada a competir com Celso, esta é a sua época de afirmação no CNS?

Patrick Costinha: No ano passado aprendi muito com o Celso mas consegui, ao mesmo tempo, demonstrar o meu valor e acabámos por fazer mais ou menos o mesmo número de jogos. Este ano tenho um novo colega que também veio para lutar pelo lugar, por isso, tenho que trabalhar muito para ser opção. Confesso que quero dar um salto esta época e para que tal seja possível tenho que me afirmar no CSN.

RR: Que metas pretende alcançar num futuro próximo?

PC: Este ano pretendo dar um passo em frente e subir mais um degrau. Tenho a ambição de jogar numa segunda ou primeira liga.

RR: No final da temporada passada foi apontado à baliza do Vitória SC B. Teve alguma proposta para sair do Amarante?
PC: Tive algumas propostas mas na altura considerei que a melhor opção era ficar mais uma época no Amarante FC.

RR: Há curiosidade entre os leitores d’O Mundo dos Guarda-Redes quanto aos métodos e ideologia de trabalho de Patrick Foletti. Foi treinado pelo técnico, como guardião jovem do Grasshopper. Pode ajudar a descobrir a resposta para esta curiosidade?
PC: O mister Foletti começou a trabalhar com o Grasshopper quando eu tinha 14 anos. Ele chegou ao clube com uma metodologia muito diferente daquela a que nós (os guarda-redes das camadas jovens aos seniores) estávamos habituados, por exemplo, ao nível do controlo do nosso espaço na área e fora da área. Além disso, o mister queria que fossem os guarda-redes a iniciar a construção de jogo e isso começou a ser feito com todos os guarda-redes. Durante meio ano, o mister juntou os escalões desde os sub-15 até aos sub-21 e fazia treino conjunto 2 dias por semana.

Patrick Costinha no Grasshopper

RR: Quais foram as diferenças mais notáveis entre a metodologia de treino Suíça e a Portuguesa?
PC: Ao contrário do que acontece na Suíça, aqui as metodologias de treino de guarda-redes diferem da formação para os seniores, ou seja, não há uma continuidade de trabalho de escalão para escalão.
Mesmo assim penso que os treinadores de guarda-redes em Portugal têm bons conhecimentos e estão bem preparados para executar o seu trabalho.

RR: Quais são as características que o Patrick detém para singrar no Futebol de alto rendimento?
PC: Sou um guarda-redes bom no jogo com os pés, a defender dentro dos postes, no um para um e na leitura de jogo, com saídas rápidas fora da área.

RR: Quando e por que razão decidiu ser guarda-redes?
PC: Eu sempre quis ser guarda-redes mas o meu pai gostava que fosse jogador de campo. Quando surgiu a oportunidade para eu ir para a baliza aproveitei para demonstrar-lhe que a minha posição é na baliza. Para mim a sensação de estar numa baliza não dá para explicar tem que se sentir.

RR: Sabemos que foi ponta de lança até aos 9 anos. Como acabou por parar na baliza?
PC: Foi por mero acaso. Na altura, o único guarda-redes da minha equipa lesionou-se no torneio. A treinadora perguntou quem queria ir à baliza e os colegas de equipa começaram a dizer para eu ir e foi a partir desse momento que tive a certeza que era nessa posição que queria jogar no futuro. Nesse jogo acabámos por ganhar nas grandes  penalidades.

Patrick Costinha em treino no Sporting

RR: Como é o Patrick fora dos relvados?
PC: Sou uma pessoa reservada, calma e que gosta sobretudo de estar tranquilo com a família.

RR: Quem são as suas referências dentro e/ou fora dos relvados?
PC: Cristiano Ronaldo e Iker Casillas. O Cristiano pelo seu empenho, dedicação, o querer ser o melhor. E o Casillas porque ganhou tudo o que há para ganhar.

RR: Sá Pinto quis que treinasse no Sporting. Como recorda essa experiência?
PC: Foi muito bom. Ter vivido na academia, mesmo que por pouco tempo, é um sonho para qualquer jovem jogador que ama o futebol. Conhecer o mister que via na televisão e depois estar com ele no relvado foi uma experiência única. A academia não forma só jogadores mas também forma homens. Transmitiram-me valores importantes.

RR:  É um especialista em defender penaltis. Ten algum truque? Já defendeu quantos desde que é sénior?
PC: Especialista não diria ainda mas, sim, já defendi alguns. Em 4 penaltis defendi 3, isto no período de 1 ano e meio.

 

Mensagem para O Mundo dos Guarda-Redes

Quero agradecer o convite para esta entrevista e desejo o maior sucesso para este projecto que muito tem contribuído para a valorização da posição de guarda-redes.