O segundo dia do III Congresso Internacional de Treino de Guarda-Redes começou com a apresentação de David Thiel, treinador específico do Bayer Leverkusen, neste sábado.
O técnico Alemão exemplificou o sistema adotado pelo clube com base na performance do guarda-redes em jogo, subdividindo a sua importância em treze por cento na defesa da baliza, dezassete por cento na defesa-zona e 70 por cento na distribuição de bola, por dados apurados pela DFB. Bernd Leno, habitual titular nos Löwën, foi o exemplo utilizado em material audiovisual para a análise correcional.
Jose Sambade seguiu o painel com a mensagem de que o treinador de guarda-redes deve procurar uma aprendizagem constante e tentar adquirir conhecimento de todos os colegas de profissão.
O treinador de guardiões do Besiktas afirmou-se com uma “metodologia viva, flexível e dinâmica em constante evolução” e abordou as diferentes etapas do crescimento e maturação do guarda-redes, alertando para a memória de que a principal missão do guardião é defender e só depois deve pensar noutras ações.
Sobre as metodologias que dividem a Escola de Guarda-Redes Espanhola (Metodologia Analítica e Metodologia Global), Jose Sambade assumiu-se seguidor de um “método específico”, especializado e com o cunho pessoal. Fechou a apresentação com a exemplificação das melhorias no jogo individual de Tolga Zengin, seu guardião no Besiktas.
Entrando na Escola Brasileira, Robertinho dos Santos representou o Cruzeiro EC realçou a especificidade do treino de guarda-redes do país e mostrou a sua abordagem diferenciada junto dos seus guardiões, exaltando as prestações de Fábio Deivson num trabalho de desenvoltura física iniciado em 2010 e que já conta com 352 jogos e nenhuma lesão muscular.
Andrew Sparkes seguiu Robertinho dos Santos e apresentou a maneira de estar do departamento de guarda-redes do Swansea City AFC. O ex-treinador de guarda-redes dos New York Red Bulls ou Red Bull Salzburg mostrou as três fases de desenvoltura dos guardiões do clube Galês desde a “fundação” (sub-9 a sub-11), “juventude” (sub-12 a sub-16) e profissional (desde os sub-18), enaltecendo a criação de uma cultura dentro da equipa com o treino específico, integração do guarda-redes no treino e no jogo e filosofia coletiva de jogo.
Em representação do Borussia Dortmund, Tomas Schlieck como coordenador do departamento de guarda-redes dos Germânicos revelou o algoritmo utilizado pelo clube – inspirando-se no modelo aprendizado junto de Hans Leitert no Red Bull Leipzig, por onde passou entre 2012 e 2015 -, oferecendo um melhor entendimento através de estatísticas.
Na parte prática o mote foi dado por Peter Shilton com a introdução da tecnologia Isotechne com os guarda-redes Hugo Marques, Jorge Baptista, João Pinho, Márcio Paiva e Patrick Costinha.
Seguiu-se Thierry Barnerat que exemplificou em campo o seu estudo sobre o “Conceito de Percepção” através de exercícios estimulativos da percepção dos guarda-redes, mostrando um leque de atividades para os diferentes tipos de percepção apresentados na sexta-feira.
Tomas Schliek segmentou a apresentação da parte da manhã com a sessão prática à tarde através de trabalho de queda, ataque à bola e várias flexões de momentos de tomada de decisão. David Thiel, compatriota do preletor anterior, continuou a exemplificação do trabalho da Escola Alemã do treino específico de guarda-redes com abordagens diferentes no um-para-um, reação e trabalho de tomada de decisão, concluindo o segundo de três dias do III Congresso Internacional de Treino de Guarda-Redes.