A edição 2002 do Mundial foi a única que premiou um guarda-redes como o melhor jogador da prova. Oliver Kahn foi o distinguido – venceu também o Prémio Yashin para melhor da posição -, e depois de atuações exemplares, ficou ligado à derrota da Alemanha na final frente ao Brasil (2-0).
Então com 33 anos, Oliver Kahn havia protagonizado defesas da dimensão da sua presença física e era essa robusteza que lhe valia na antecipação constante às decisões adversárias: frente à República da Irlanda fez-se imenso nos minutos finais e só não evitou o êxito de Robbie Keane perto do final do encontro – seria o único ofensor a ter sucesso nos seis jogos dos Germânicos até à final.
Brilharia a anular Camarões (2-0), depois da vitória por 8-0 frente à Arábia Saudita na fase-de-grupos, voaria para negar expectativas ao Paraguai (1-0), nos oitavos-de-final, seria a razão da seca de um eletrizante Landon Donovan – obrigou o número 1 da Maanschaft a duas defesas de nível -, dos Estados Unidos (1-0), nos quartos-de-final, igualando a performance frente à Coreia do Sul (1-0), antes de chegar à final.
Incluído numa defesa constituída por Carsten Ramelow, Christoph Metzelder e Thomas Linke, Oliver Kahn não foi tudo o que podia parar o poderio ofensivo adversário – como havia sido nos jogos acima mencionados. Após um remate de Rivaldo, errou na abordagem a um encaixe frontal e a bola sobrou para Ronaldo aos 67 minutos – havia negado o Fenómeno minutos antes, numa defesa com a perna -, e viu este bisar com classe a onze minutos do final.
O esforço e o mérito de Oliver Kahn, então com 33 anos, não foi em vão. Melhor Guarda-Redes da Europa e também do Mundo nesse ano – já havia sido em 1999 e 2001, tal como na anterior distinção havia sido em 1999, 2000 e 2001 -, foi eleito o vencedor do prémio Bola de Ouro do Mundial pelo painel FIFA e arrecadou também o Prémio Yashin para Melhor Guarda-Redes da competição – foi, além disso, o primeiro guardião Alemão a manter cinco balizas virgens nesta prova.
Ainda com o sabor amargo do “único erro cometido em finais”, Oliver Kahn abriu algo sem precedentes no Mundial’2002, como o único guarda-redes a receber tamanha distinção. Seria internacional Alemão em 86 ocasiões – 49 como capitão -, tendo fechado a sua carreira ao serviço do FC Bayern em 2008.