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Oblak – Com 5 letras se escreve segurança em Esloveno por Afonso Canavilhas

Com 5 letras se escreve segurança em Esloveno: Oblak

– por Afonso Canavilhas

Foi no Estádio do Algarve, frente ao Olhanense, que a época
do Benfica mudou consideravelmente para melhor. Artur Moraes, habitual titular
na baliza “encarnada”, tardava em reencontrar a melhor forma. Nesse encontro,
foi forçado a abandonar o terreno devido a uma lesão no ombro. O jovem Jan
Oblak foi chamado a jogo, e desde logo deu bom sinal de si. Esteve em vias de
abandonar o Benfica de forma polémica no início da época, mas a direcção do
clube fez questão de renovar o seu vínculo, demonstrando ter noção do
verdadeiro diamante que tinha em mãos. Pouco a pouco, foi conquistando os
cépticos e o exigente 3º anel da Luz, estando agora colocado num pedestal bem
alto por mérito próprio.

Às boas prestações do guarda-redes esloveno – diga-se a bem
da verdade – não será alheia a estabilidade que a defesa do Benfica conheceu a
partir do momento em que este entrou para a baliza, com Jorge Jesus a pôr
travão à excessiva rotatividade num sector que se quer coeso. Oblak foi
ganhando confiança ao manter a baliza inviolável durante uma assinalável
sequência de jogos, e mesmo nos desafios de maior dimensão, respondeu com
qualidade sempre que solicitado. O “sangue frio” e a postura na baliza transferiam
para a equipa a confiança e tranquilidade aparente que Oblak espelhava, muito à
imagem do que sucedia com Artur nos primeiros tempos de Benfica.

O jogo frente ao FC Porto, para a Taça da Liga, é mais uma
prova da enorme categoria do jovem guarda-redes. Além da qualidade entre os
postes, Oblak impressiona pela maturidade com que aborda cada lance e a
segurança com que sai da sua zona de conforto para agarrar ou socar uma bola
vinda de um cruzamento. A forma como sai aos pés do adversário e fecha qualquer
ângulo de remate é igualmente assombrosa. Evoluidíssimo a nível técnico.

Por fim, importa realçar que a emancipação de Oblak teve
também uma influência positiva em Artur, que tem vindo a reencontrar-se. O
guarda-redes brasileiro, motivado pela competitividade proporcionada pelo “miúdo”
e com uma pausa que certamente o serenou do ponto de vista psicológico, voltou
a exibir-se com nível quando chamado a jogo.


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