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Recuperação LCA no Guarda-Redes – Semana 1 por Hélder Costa

Recuperação LCA no Guarda-Redes – Semana 1 por Hélder Costa

5 Dezembro, 2016
Atualidade

Recuperação LCA no Guarda-Redes – Semana 1 por Hélder Costa

Gostaria de alertar que o que está representado no vídeo e abaixo descrito é o indicado para este tipo de cirurgia. O tipo de recuperação varia consoante o médico/técnica cirúrgica utilizada e lesão associada.

Da lesão ao diagnóstico…

Foi ao serviço do Valadares que no dia 9 de Outubro num jogo frente ao Leça sofri uma das piores lesões do futebol. Num lance aparentemente normal ao pousar a perna no solo depois de saltar, o joelho “dobrou para dentro” e senti que algo de muito errado tinha acontecido. Feita a ressonância confirmou-se o pior: Rotura total do LCA (ligamento cruzado anterior), rotura do menisco externo e rotura parcial do ligamento lateral Interno.

Pré-operatório…

Esperei cerca de 6 semanas para ser operado e durante esse período fiz reabilitação da função da articulação do joelho e fui mantendo, dentro do possível, as estruturas musculares que envolvem o joelho. Nas últimas semanas como já tinha adquirido uma marcha normal fui efetuando alguns exercícios de reforço mais acentuado do quadricípite, privilegiando isométricos e carga excêntrica. Na minha opinião, é muito importante que os exercícios efetuados logo após à cirurgia sejam também executados antes da mesma. Assim, ao se adquirir alguma educação neural na execução dos movimentos e nas estruturas solicitadas, certamente que terão maior facilidade em realizar e relembrar nos dias seguintes à cirurgia.

Operação…

Fui operado dia 24 de Novembro de 2016 pelo Dr. Alcindo Silva / Dr. Carlos Queirós e pela sua simpática equipa no hospital da Luz da Arrábida no Porto. O LCA foi reconstruído exclusivamente por semitendinoso (posterior de Coxa) e o menisco foi suturado.

O Início da recuperação…

A Recuperação começou no dia seguinte à operação. Antes de ter alta foi-me ensinado pela Fisioterapeuta do Hospital os exercícios que deveria efetuar em casa. Os exercícios são os que estão no vídeo:

Flexão do tronco á frente com as pernas a 90º: Neste exercício é muito importante durante a execução do mesmo ativar conscientemente a estrutura do quadríceps, eretores da coluna e colocar as mãos em rotação externa com as palmas das mãos para a frente. Desta forma trabalhamos também algumas estruturas na zona da cintura escapular de maneira a mantermos uma boa postura nesta fase (andamos muito de muletas e estamos constantemente sob rotação interna do ombro). Quando fletimos o tronco à frente sentimos um ligeiro desconforto na parte posterior da coxa. Isto deve-se á retração natural dos músculos posteriores de coxa e devido a ser a zona de origem do material tecidular para o excerto. Este exercício serve para isso mesmo, para retirar alguma tensão da parte posterior de coxa de maneira a facilitar a extensão da perna nos exercícios seguintes. Também pode ser feito manualmente por alguém especializado conduzindo a fáscia de maneira a reduzir as aderências naturalmente criadas no posterior de coxa. (15 repetições)

– Flexão da Perna com ajuda externa (com ajuda de um lençol, cachecol, corda, ou elástico) esticar e fletir a perna de maneira a ir fazendo 0 graus em extensão e máximo de 90 a 100 em flexão. Os movimentos devem ser suaves e coordenados muscularmente, ativar o vasto interno do quadríceps quando estende e restante estrutura muscular anterior é essencial. (20 repetições)

– Flexão inversa do tronco unilateral: Esticar a perna contraindo isometricamente o quadríceps, de seguida elevar a perna sem subir muito a mesma e baixar de forma constante e dinâmica. Colocar o pé em dorsi flexão com a ponta dos dedos a apontar para os joelhos. (40 repetições)

– Contração Isométrica do Quadricípite em extensão: pernas esticadas e ativar os quadricípites cerca de 10s e descansar outros 10s. Neste exercício foi-me difícil, inicialmente, ativar o vasto interno. (20 repetições)

– Dorsi Flexão e Flexão plantar: com as pernas esticadas colocar as pontas dos pés para a frente e para trás na direção dos joelhos. Este exercício é muito importante pois ajuda a manter as estruturas anteriores (peronial anterior) e posteriores (“gémeos”) ativos e com massa muscular e ajuda na drenagem e circulação sanguínea. (20 repetições)

Caminhar: No meu caso, foi-me aconselhado a caminhar pelo menos 3 x por dia com alguma carga sobre a perna. É muito importante que mantenhamos uma boa postura a caminhar com as muletas, que apoiemos bem o calcanhar e só depois o restante pé de modo também a esticar a perna na fase de retirada da mesma do solo.

A cada dia que passava eu sentia grandes melhorias. Após a execução dos exercícios e de caminhar corretamente é fundamental colocar a perna ao alto e fazer gelo.

O recomendado é efetuar esta sequência de 4 a 6 vezes ao dia sempre com o máximo de qualidade de movimento e ativação muscular pretendida. De facto, estamos “sozinhos” numa luta com a lesão e temos que ter muita paciência, dedicação, força e focar-nos em recuperar o melhor possível.

 

Sobre mim…

Chamo-me Helder Costa tenho 29 Anos e sou Professor de Educação Física, Personal Trainer de profissão e Diretor-técnico do Ginasius Beach Club. Guarda Redes desde os meus 6 anos, fiz a minha formação no Boavista ao longo de 11 épocas. Como sénior alcancei 4 subidas de divisão e joguei alguns anos no Nacional. Atualmente Jogo no Valadares Gaia, clube que represento com muito orgulho há 4 temporadas.