Começa nesta sexta-feira a competição em que todos os guarda-redes se mostram para O Mundo dos Guarda-Redes. Começa o show de defesas. O vulcão de emoções. A luta pela quebra dos estereótipos que vivem os homens das balizas e a guerra contra a felicidade do povo: o golo. Mas, A Liga tem homens de grande qualidade entre os postes, talvez o mais alto nível nas balizas neste século.
2014/2015 deu continuidade ao brilho dos guarda-redes no Mundial do Brasil e os números 1 dos clubes Portugueses esmeraram-se, oferecendo ao nosso projecto a oportunidade de dar segmento às defesas que protagonizaram no relvado. Não é por acaso que esta temporada se olha para a baliza com olhos lavados e água na boca para ver até onde voam os guardiões.
Por isso, abrimos a temporada 2015/2016 em Portugal com uma antevisão daquilo que pode ser o futuro e a campanha da fartura de guarda-redes que vive em terras de Vítor Damas ou Manuel Galrinho Bento.
De cara lavada, a Briosa parte para a nova temporada com Lee Oliveira, Pedro Trigueira e o ainda júnior João Gomes na luta pela baliza.
Uma baliza onde a competição pela titularidade é uma agradável dor de cabeça para José Viterbo e Vítor Alves, que lidarão novamente com Lee Oliveira, que terminou a temporada 2014/2015 em beleza e com Pedro Trigueira, um guarda-redes faminto pela afirmação na Primeira Liga.
O factor rendimento e motivacional deverá decidir a escolha dos treinadores Academistas. Entre ambos a escolha é difícil (pelos factores enumerados acima).
Após uma temporada irregular, a sucessão a Mauro Goicoechea pouco pesará a Rafael Bracali, um guarda-redes de créditos firmados em Portugal e a quem a pressão passa ao lado.
Forte na baliza e na superação ao erro, o Brasileiro contratado ao Panetolikos terá a concorrência de Rui Sacramento e Igor Rocha. Enquanto o primeiro se mostrou fora da forma física desejada em 2014/2015 (mas tecnicamente bem capaz), o habitual terceiro guardião poderá ter a chance de subir na hierarquia, mediante as oportunidades disponíveis – da Taça da Liga à Taça de Portugal, ou tirando partido de algum infortúnio de Bracali.
As eliminatórias de acesso à Europa League 2015/2016 ditaram a escolha de Hugo Ventura para a defesa das redes do Restelo.
Ricardo Sá Pinto e Rui Correia deram a titularidade ao guarda-redes convocado à selecção Portuguesa em Abril último e este não decepcionou, principalmente na segunda mão, na Suécia, onde três defesas suas garantiram a passagem à próxima fase, depois de em Belém não ter conseguido evitar o golo do IFK Göteborg.
Com Filipe Mendes recuperado de uma lesão que o atirou para fora dos relvados há sensivelmente seis meses, a verdadeira pressão virá pela parte de Ricardo Ribeiro, assegurado junto do Olhanense, onde, na última metade da última temporada espremeu o sumo da aprendizagem que teve em Viseu, no Académico, junto de Ivo Gonçalves e Tiago Castro.
Superação, dedicação e paixão serão os adjectivos que melhor descrevem o empenho de Júlio César na sua primeira temporada em Portugal, onde comprovou as qualidades que estavam estagnadas entre Toronto e os treinos individuais. Foi um dos baluartes da vitória no campeonato e poderá voltar a sê-lo.
No banco, Ederson Moraes tem a oportunidade de aprender com um dos melhores guarda-redes das últimas décadas, seu compatriota, para, dentro de um curto/médio-prazo ser ele a solução para as campanhas futuras dos Encarnados.
Dentro do que tem desenvolvido nos últimos anos, Paulo Lopes é a terceira opção, cotando-se pela regularidade e qualidade que impregna sempre que é chamado à acção. O seu profissionalismo é visto com grande apreço na Luz e prepara-se para saltar para a função de treinador de guarda-redes pelas qualidades humano-profissionais que tem demonstrado.
SC Braga
Um dos maiores debates nas balizas do primeiro escalão do Futebol Português dá-se na Pedreira e tem dois moderadores: Paulo Fonseca e Jorge Vital, que a seu cargo têm a missão de escolher entre Stanislav Kritciuk e Matheus Magalhães, sem prejudicar o futuro daquele que ficar para segunda opção.
Com Tiago Sá à espreita e a mostrar-se na Segunda Liga ao serviço da equipa B, a escolha poderá recair sobre o Russo, que terminou a temporada a titular e esteve em plano de destaque na pré-temporada. Matheus Magalhães tem, a seu favor, o possível encaixe financeiro que poderá dar aos Bracarenses, caso se mostre com a regularidade que lhe faltou em 2014/2015.
Mika, Gideão Castro e Mamadou Ba serão os Panteras sob a alçada de Alfredo Castro e, após uma temporada de florescimento, o guarda-redes Português poderá solidificar-se na Primeira Liga e almejar voos maiores no final de 2015/2016.
Atrás de si tem o Brasileiro contratado ao Moreirense neste defeso, que esteve em grande plano em vários jogos da pré-temporada. Quanto ao Senegalês, será o bombeiro de serviço, à imagem da temporada 2014/2015.
Após a saída de Vagner Silva, Pawel Kieszek poderá dar um grito de afirmação qualitativa na baliza do clube da Linha.
Mostrando-se na Europa League e em vários jogos na Primeira Liga 2014/2015, o Polaco foi um dos destaques dos Canarinhos e levantou, inclusive, o interesse de vários clubes do centro da Europa. Não será para menos e a competição com os jovens Georgemy Gonçalves – emprestado pelo Cruzeiro -, e Rúben Dionísio será gerida por Fabiano Soares e Tozé Cerdeira de modo a explorar o melhor das qualidades de Kieszek.
A campanha de José Sá no Europeu sub-21 alimentou o interesse na baliza Marítimista, na qual Romain Salin se mostrou um dos guarda-redes mais completos do principal escalão Português.
O jovem será um elemento forte para ombrear as qualidades do Francês que pode ter nas lesões o seu principal percalço para perder a titularidade para o primeiro ou para Welligton Lima, sempre disponível, apto e capaz quando chamado à acção.
A baliza do Marítimo deverá pertencer a Romain Salin, mas José Sá está motivado e ambiciona a camisola titular.
Uma das balizas com mais visibilidade em 2014/2015 ficou despida com as saídas de Carlos Marafona, Gideão Castro e André Moreira. Para os lugares destes entraram Nílson Júnior Corrêa, Igor Stefanovic e Victor Braga.
O experiente Brasileiro deverá ser o titular e, após várias temporadas onde se afirmou como um ícone do Vitória SC, voltou a Portugal para ser treinado por Silvino Morais, que pode tirar dele melhor rendimento que o nosso país já viu dele.
Na contenda, Igor Stefanovic será uma opção válida, depois de um rejuvenescimento no GD Chaves, com quem quase assegurou a subida de divisão em 2014/2015 e, daí, ganhou o bilhete de regresso à Primeira. Victor Braga, contratado à União de Leiria, será experimentado e preparado como guardião a médio/longo prazo.
Pela quarta temporada consecutiva, Eduardo Gottardi deverá reinar nos Madeirenses, sempre preparado para a competição saudável criada pelo emergente Rui Silva, que cumpriu sempre que chamado em 2014/2015.
O Brasileiro tem-se distinguido pela regularidade que demonstra no campeonato Português e as suas qualidades devem ser geridas com o futuro de Rui Silva e Kevin Sousa, ambos com 21 anos, e ambições para mais do que o banco de suplentes. O factor rendimento poderá ser a definição da titularidade.
Mais uma baliza com dois titulares para um só lugar. Rodrigo Defendi e Carlos Marafona, contratado ao Moreirense.
Depois de um grande início de campeonato em 2014/2015, o Brasileiro foi segunda opção após lesão e acabou por não actuar as últimas doze jornadas do último campeonato, factor que pode favorecer Carlos Marafona, já convocado para a selecção Portuguesa, e cheio de motivação por uma grande campanha ao serviço do clube de Moreira de Cónegos.
Está nas mãos de Jorge Simões e Toni Ferreira decidir quem o titular, com Marco Ribeiro à espreita.
Uma baliza de pressão. Iker Casillas chegou aos Dragões e levantou-se uma onda de mediatização internacional nunca antes vista pelos lados do Estádio.
O Espanhol deverá ser a opção número 1 de Julen Lopetegui, que em 2014/2015 afastou Fabiano Freitas nas últimas rondas do campeonato para dar o lugar a Helton. O Brasileiro brilhou e renovou o contrato, ainda antes de Casillas assinar.
Com as suas diferenças, desde o estilo de jogo, à forma de estar em campo, a luta entre o Espanhol e o Brasileiro proporcionará a ambos o melhor das suas qualidades em campo e Raúl Gudiño ou Ricardo Nunes ainda se podem intrometer na discussão.
Pós-Ederson Moraes, Cássio Anjos voltará a fazer por se mostrar como um dos guarda-redes mais regulares na última década no campeonato Português.
O Brasileiro foi relegado ao banco de suplentes após uma variedade de exibições sem erros e em que se mostrou na plenitude das suas capacidades, mas a saída de Ederson Moraes para os Encarnados dar-lhe-á a titularidade na equipa Vilacondense, tendo em Rui Vieira e Carlos Alves os concorrentes apontados ao futuro.
Numa baliza recheada de qualidade, Rui Patrício caminha para a eternidade e com Jorge Jesus será, mais uma vez, titular absoluto, pela sétima temporada consecutiva.
Marcelo Boeck prova-se, mais uma vez, como um concorrente de qualidade e um elemento forte no balneário, à imagem do Português, e, desta feita, terão o Esloveno Azbe Jug a intrometer-se nos trabalhos com Nélson Pereira, desejoso de recuperar o tempo de jogo que não teve no Bordeaux.
Seguindo uma temporada em que mostrou todas as suas credenciais, o capitão e número 1 dos Leões procurará criar novos desafios para se afirmar como um dos melhores da Europa.
Douglas Jesus não deverá dar trabalhos a Armando Evangelista e Luís Esteves, como um dos guarda-redes mais completos e uniformes que Portugal já viu na presente década.
Contudo, em 2014/2015, Assis Giovanaz atreveu-se a impor-se durante o seu reinado no Castelo e reforçou a ideia de ser uma opção (mais do que) válida para os Vimaranenses, tendo, inclusive, uma das melhores médias de jogos sem golos sofridos nos tempos recentes.
Miguel Oliveira foi promovido da equipa B e, como conhecedor do trabalho específico do treinador, deverá tirar partido da aprendizagem com os Brasileiros.
Sempre alimentada pela curiosidade em ver o quão a imagem criada em volta de Lukas Raeder é comprovada em campo, a baliza dos Sadinos viu Diego Costa Silva regressar a um lugar onde é amado e idolatrado.
O Brasileiro poderá ser, à imagem de Ricardo Baptista em 2014/2015, um dos donos da baliza do Vitória FC, aproveitando dos defeitos técnicos do Alemão, chegado no defeso anterior proveniente do colosso Bayern.
Os Tondelenses, recém-promovidos, asseguraram um dos guarda-redes que mais interesse gerou nas últimas temporadas – Matt Jones – e tem em Cláudio Ramos um dos protagonistas da subida à Primeira.
Estes primeiros momentos já serão geridos por Vítor Paneira e André Mota, que têm em mãos qualidade imediata e experiente e o futuro. Numa baliza em que o primeiro jogo pode determinar muita coisa, a gestão dos dois treinadores ditará muito do rumo da época.
André Moreira, Ricardo Campos e Rafael Alves completam um trio com patente Portuguesa nos Madeirenses – ainda completo pelo treinador específico Bruno Freitas.
Emprestado pelo Atlético de Madrid, André Moreira chega ao União de uma boa campanha por Portugal no Mundial sub-20 e deverá beneficiar da lesão do internacional Moçambicano para assumir a titularidade.
Em 2014/2015, este último assumiu a baliza do clube Madeirense com qualidade, na ausência de Pedro Trigueira, e, pese o contratempo, será um elemento forte para o crescimento de André Moreira e Rafael Alves.
