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Formar a Formação no Treino do jovem Guarda-Redes- Luvas e Frangos, por Tozé Cerdeira

Formar a Formação no Treino do jovem Guarda-Redes- Luvas e Frangos, por Tozé Cerdeira
28 Janeiro, 2015 | por Roberto Rivelino
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Nesta
minha aventura pela formação como coordenador do treino de Guarda-Redes,
tenho-me vindo a aperceber o quanto continua a ser limitada a ideia que os
treinadores de formação têm em relação ao treino (específico e integrado) dos
seus Keepers.

A
formação é uma etapa fundamental para todos os jogadores de futebol, mas mais
ainda para a nossa posição, pois é nestes primeiros anos que apreendemos aspetos
básicos, que vão ser os alicerces de toda a nossa formação.
Estando
nesta atividade de uma forma apaixonada, mas também lúcida, não consigo
entender que se façam treinos de hora e meia, onde se utilizam os Guarda-Redes
somente nos últimos 15 minutos ou mesmo não os utilizando. Muitos dizem que
nestas idades o mais importante é trabalhar as técnicas de base, concordo, mas
também acho muito importante treinar o espaço, treinar os tempos de saída,
treinar a tomada de decisão… E este tipo de ações só se treina, na sua
plenitude, no treino integrado, onde existe a complexidade do espaço e do tempo
condicionados pela presença dos colegas (adversários).
O
menino Guarda-Redes precisa, desde cedo, sentir a paixão pela baliza e essa
paixão torna-se mais forte se houver interesse, carinho e feedbacks da parte de
quem o lida. É importante para o Guarda-Redes sentir que quem manda está atento
ao seu trabalho e à sua evolução. Existem treinadores de formação que ainda
olham para o Guarda-Redes com o “órgão fora do corpo”.
Fui
Guarda-Redes durante 22 anos, e durante toda minha carreira tive poucos
treinadores de Guarda-redes de qualidade. Muitas vezes era o adjunto do
treinador principal que nos aquecia com uns remates. Isto, vem a propósito de
presenciar um treinador principal de um escalão da formação a dar treino aos
seus Guarda-redes, tendo, a equipa em causa, 3 treinadores dessa posição
específica à sua disposição. Algo que não entram na minha cabeça.
Precisamos
de alterar comportamentos, precisamos de alterar atitudes mas mais importante,
precisamos de mudar mentalidades. RAPIDAMENTE. Tenho a certeza absoluta que os
clubes têm tido uma maior preocupação em criar condições de evolução aos seus
jovens Guarda-Redes, dando-lhes matéria humana para os ensinar nesta fase tão
importante da sua evolução. Não tenho dúvidas que é na qualidade de quem
trabalha na formação que se tem de investir, ou seja, arranjar forma de os
cativar com salários apetecíveis e condições de treino que possam deixar por em
prática o que cada treinador idealiza para a sua equipa e para os seus
Guarda-Redes. Mas, tem de haver uma certa filtragem de qualidade, tanto de quem
os lida, como de quem os treina de uma forma mais específica. Precisamos e
devemos ter mais cuidado com quem treina na formação, pois não é qualquer um
que sabe formar. Cada vez tenho mais a certeza que para treinar na formação tem
de se ter um conjunto de aptidões específicas e por isso diferentes.
Para
terminar deixo uma frase que partilho com amigos…É PRECISO FORMAR A
FORMAÇÃO!!!!!

Perfil do treinador O Mundo dos Guarda-Redes

– Tozé Cerdeira (1971/01/14), coordenador do treino de guarda-redes na formação do Estoril Praia
– Ex-treinador de guarda-redes de Beira-Mar, CD Trofense, Naval, Olivais e Moscavide e Estoril Praia (escalão sénior)
-Ex-guarda-redes de Portimonense, Rio Ave, Nacional, Machico, Leça, Salgueiros e Fátima