Será impossível fazer perguntas a uma guarda-redes sem lhe questionar como assumiu a posição pela primeira vez. Para Rute Costa tudo se resumiu a necessidade da Casa do Povo de Martim: “Tinha entrado para o Futebol há um ano e precisavam de uma guarda-redes para um torneio de sub-18. Todas as guarda-redes eram mais velhas e fomos rodando pela posição. Safei-me e o treinador perguntou se não queria ficar como guarda-redes. Só lhe perguntei o que precisava. Tratei de arranjar luvas e comecei a fazer treino específico.” Quatro meses depois estava convocada para a seleção sub-19.
Primeira parte da entrevista a Rute Costa: “Da carreira terminada em 2014 ao “impensável” e recordes em Portugal”
“No último jogo da época 2011/2012 pela CP Martim entrei a vinte minutos do fim. Fiz uma boa defesa e dei um chutão para a frente que acabou por ser uma assistência para o nosso único golo e da vitória. Na bancada alguém perguntou a minha idade e poucas semanas o meu treinador ligou a dizer que tinha chamada á seleção. Nem queria acreditar.” Em 2016 daria entrada para a elite das guarda-redes de Portugal ao lado de nomes como Neide Simões, Patrícia Morais ou Jamila Martins Marreiros.
Terceira parte da entrevista a Rute Costa: “O treinador de guarda-redes é alguém que vive os sonhos dos seus atletas”
Rute Costa denota “uma melhoria significativa na qualidade das guarda-redes” desde que começou a jogar. “A preocupação com a realização de um bom trabalho nesta área tem contribuído para esta evolução. É uma posição bastante complexa, que necessita de profissionais competentes quer na formação, quer nas equipas seniores”, afirmou Rute Costa que se atreveu a analisar que quando vê “as guarda-redes dos grandes clubes Europeus” consegue “facilmente perceber que tudo aquilo que demonstram em campo é mais fruto do trabalho do que do talento.”
Destacando que na composição do guarda-redes deve haver uma “panóplia de características como ser líder nato, comunicador, intenso, resiliente, dedicado e coletivo, além de ter qualidades como jogador com os dois pés, segurança, coragem, boa tomada de decisão e ser peculiar”, Rute Costa deixou a consciencialização: “em Portugal há muito talento que precisa de ser estimulado e trabalhado de forma correta.”